
Desde o avanço mundial do novo coronavírus, o noticiário econômico tem sido bombardeado de relatórios e projeções negativas. Enquanto diversos setores, como aéreo, turismo e varejo têm sentido os duros impactos da crise, o segmento de consórcio balançou, mas conseguiu encerrar o primeiro trimestre em alta. É o que mostra a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac).
Apesar de uma retração sentida logo no início da quarentena, com queda de 23% nas transações das empresas do segmento, o setor de consórcio conseguiu fechar o trimestre com um aumento de 9,7% na venda de novas cotas, em relação ao mesmo período do semestre anterior. Ao todo, o setor movimentou mais de R$ 33 bilhões só no primeiro trimestre de 2020.
Além de uma recente decisão do Banco Central (BC), que favorece tanto contratantes quanto administradoras, as empresas do ramo também tiveram a possibilidade de operar de forma completamente digital – o que ajudou o segmento, principalmente com o isolamento social.
Mais que isso: a ociosidade econômica tem derrubado o preço de vários produtos, incluindo imóveis, fazendo com que muitos enxergasse oportunidade no momento de crise. Porém, mais do que isso, o leque de opções de consórcio têm aumentado o número de adeptos a modalidade. Atualmente, além de carros e imóveis, é possível contratar um consórcio para adquirir serviços e experiências, como cirurgias plásticas, viagens ou mesmo a reforma da casa.
“Me parece que o que está acontecendo agora é que, como o mercado está mais parado, as pessoas estão encontrando produtos mais baratos e aproveitando para comprar, como é o caso dos imóveis, por exemplo. É uma maneira de imobilizar o valor, de não gastar em outra coisa”, afirma o coordenador do MBA em Gestão Financeira da Fundação Getulio Vargas (FGV), Ricardo Teixeira.